alô, alô formigueiro
tão pequeninos e distantes os vejo
com suas bundinhas cintilantes
não se percebem, nem quando se esbarram
o importante é trabalhar continuamente
sem pausa para cigarro
alô, alô formiguinhas
quem vos saúda é um elefante
e com minha tromba gigante
hei de chacoalhar vossas vidas entediantes
minha manada é das grandes
minha manada topa qualquer parada
e com o pisar bem forte
destruiremos os holofotes
que cegam vossa jornada
alô, alô formigueiro
vos dizeis pacíficos
mas eu vos digo: passivos!
passam e repassam
operários e falsas rainhas
vossos castelos são de areia
com meu pisar eu faço brotar sereias
sereias, peixinhos, corais
sou um elefante que navega pelo mar, surgindo no cais
sentidos reais, transcedentais
formiguinhas, não vim para salvar
minha manada existe somente para complicar
e complicando organizamos
o que não sabeis organizar
e complicando organizamos
o que não sabeis organizar
adeus, adeus formigueiro
cansei-me de falar
passa-me o amendoim
que o caos já está no ar